Quando olho para ti vejo o mundo… vejo tudo aquilo que gostaria de encontrar numa pessoa, a inteligência, maturidade, sabedoria, pacificidade… mas, tens o outro lado, aquele que me assusta. Os ombros curvados, a postura de quem muito passou na vida, de quem muito lutou e já não tem forças para mais e, de repente, vejo os teus olhos, aqueles que não vêem mas muito sentem.
Olhos… onde vejo o mar revoltado, onde passaram marés de alegria e felicidade, de solidariedade e compaixão. Mar que agora se encontra morto, já lá não passam ondas, já lá não vivem peixes. A única onde que lá mora é da tristeza e solidão.
Quando olhas para mim, ainda vejo o ligeiro brilho de vida, aquele brilho que me diz “amo-te”. Amor, aquele que não é falso e passageiro, amor que ninguém compreende e que poucos o sentiram, o puro… o que vem de tão fundo que nem sabemos onde o guardamos, o que não se esquece e precisa de ser relembrado, aquele que está sempre presente.
Tenho medo que o monstro da escuridão e da tristeza te roubem esse amor, amor que te pertence e que faz parte de todo o meu ser, que deu fruto e me fez cerscer… principalmente, que me faz acreditar que as pessoas ainda têm algo de puro.
Tenho saudades daquele sábio que me dizia coisas que eu não conhecia, que abria as portas do meu próprio mundo… que me mostrava o infinito do mar, simplesmente com o olhar.
Saudades… daquelas que todos os dias estão presentes, que todos os dias enchem a essência do meu ser.
Quando somos crianças e temos um herói, aquele que nos salva quando nos imaginamos princesas presas no castelo, quando nos afogamos a brincar no mar… tu sempre foste o meu, mas não porque me salvas-te, mas sim, porque me deste vida, por isso, gosto de pensar que és o meu herói da vida. Pessoa que raras pessoas têm, amigo que quase ninguém tem presente, companheiro que para os outros aparece de vez em quando, base que para os outros vai ao fundo, tu não, estás sempre presente!
Tenho medo que fujas de mim.
por ana mafalda
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